segunda-feira, 10 de março de 2014

PECADORES NAS MÃOS DE UM DEUS IRADO


PECADORES NAS MÃOS DE UM DEUS IRADO

A seu tempo, quando resvalar o seu pé.” (Deuteronômio 32:35)

Neste versículo, a vingança de Deus é ameaçada sobre os israelitas ímpios e incrédulos que, embora fossem o povo visível de Deus, e vivessem debaixo dos meios de graça, e apesar de todas as obras maravilhosas de Deus em benefício deles, permaneciam (conforme o versículo 28) sem juízo e entendimento. Com todo o cultivo do céu, nada produziram senão fruto venenoso e amargo, conforme afirmam os dois versículos que precedem o texto. A expressão que escolhi para minha exposição, “a seu tempo, quando resvalar o seu pé”, parece implicar o seguinte, relacionado à punição e destruição a que aqueles ímpios israelitas estavam expostos:
1. Que estavam sempre expostos à destruição; da mesma maneira que alguém que permanece ou anda em lugares escorregadios está sempre exposto à queda. Isso está implícito na maneira em que a destruição vem sobre eles, sendo representada pelos seus pés escorregando. O mesmo é expresso no Salmo 73.18: “Tu certamente os pões em lugares escorregadios e os fazes cair na destruição.
2. Implica que estavam sempre expostos à súbita e inesperada destruição. À semelhança do que anda em lugares escorregadios e está, a todo instante, sujeito a cair, não podendo prever em momento algum se, no próximo, estará de pé ou no chão; e, quando cai, cai imediatamente e sem aviso. Isso também está expresso no Salmo 73.18-19: “Tu certamente os pões em lugares escorregadios e os fazes cair na destruição. Como ficam de súbito assolados, totalmente aniquilados de terror!
3. Outra coisa implícita é que estão sujeitos a cair por si mesmos, sem serem derrubados pela mão de outrem. Da mesma maneira que o que permanece ou anda em terreno escorregadio de nada precisa além do próprio peso para derrubá-lo.
4. Que a razão de ainda não haverem caído, e de não caírem agora, é apenas que o tempo apontado por Deus não é chegado. Pois está dito que quando esse tempo devido ou designado chegar, seu pé resvalará. Então, serão abandonados à queda, a qual já estão inclinados por seu próprio peso. Deus não mais os sustentará nestes lugares escorregadios, mas os abandonará. E então, neste exato instante, cairão na destruição, à semelhança do que permanece em ladeiras escorregadias, sobre a beira de um precipício, não pode permanecer sozinho e, quando é abandonado, imediatamente cai e está perdido.
A observação a partir destas palavras que agora insistirei é:

Doutrina

Não há nada que mantenha os ímpios um só momento fora do inferno, senão a mera boa vontade de Deus.
Por ‘mera boa vontade’ de Deus, refiro-me a sua boa vontade soberana, sua vontade livre, imune a obrigações, não sujeita a impedimento algum, nem qualquer outra coisa, como se nada, a não ser a boa vontade de Deus, tivesse qualquer papel na preservação dos ímpios, a todo instante. A verdade desta observação poderá se evidenciar pelas seguintes observações:
1. Não falta poder a Deus para lançar os ímpios, a qualquer momento, no inferno. Quando Ele se levanta, as mãos humanas não podem ser fortes. Os mais fortes não têm poder algum para lhe resistir, nem podem se libertar de suas mãos. Ele é não apenas capaz de lançar os ímpios no inferno, mas pode fazê-lo com a maior facilidade. Às vezes, um príncipe terreno encontra grande dificuldade em subjugar um rebelde que encontrou meios de se fortificar, e se fortaleceu pelo número de seus seguidores. Mas isso não ocorre com Deus. Não há fortaleza que seja defesa contra o Seu poder. Ainda que as mãos se juntem, e vastas multidões de inimigos de Deus se combinem e associem, são facilmente esmiuçados em pedaços. São como grandes montes de palha seca e leve diante do furacão; ou grandes quantidades de restolho seco diante de chamas devoradoras. Achamos fácil pisar e esmagar um verme que vemos rastejar no chão; da mesma forma é fácil cortar ou queimar um fio fino que sustenta algo. Assim também é fácil para Deus, quando lhe agrada, lançar seus inimigos nas profundezas do inferno. Quem somos nós, para que pensemos permanecer perante este, diante de cuja repreensão a terra treme, e diante de quem as rochas são subjugadas?
2. Eles merecem ser lançados no inferno; de modo que a justiça divina jamais se interpõe, e não é um impedimento para que Deus use seu poder a qualquer momento para destruí-los. Na verdade, ao contrário, a justiça clama alto por punição infinita pelos seus pecados. A justiça divina fala acerca da árvore que produz uvas como as de Sodoma: “podes cortá-la; para que está ela ainda ocupando inutilmente a terra?” (Lc 13:7) A espada da justiça divina está a todo momento se revolvendo sobre suas cabeças, e não é nada, senão a mão da misericórdia livre de Deus, e a Sua mera vontade, que a segura.
3. Eles já estão sob uma sentença de condenação ao inferno. Não apenas merecem, com justiça, ser lançados lá, mas a sentença da lei de Deus, essa eterna e imutável regra da justiça que Deus fixou entre si e a humanidade, é posta contra eles, e permanece em oposição a eles; de modo que já estão destinados ao inferno. O que não crê já está julgado” (Jo 3:18). Desse modo, todo homem não convertido pertence propriamente ao inferno. Lá é o seu lugar; de lá ele procede (“Vós sois cá de baixo” [Jo 8.23]) e para lá está destinado; é o lugar ao qual a justiça, e a palavra de Deus, e a sentença de sua lei imutável, o destinam.
4. Eles são agora os objetos do mesmo furor e ira de Deus, que são expressos nos tormentos do inferno. E a razão pela qual não descem para lá a qualquer instante não é porque Deus, em cujo poder se encontram, não esteja muito irado com eles, como está com as muitas miseráveis criaturas agora atormentadas no inferno, que lá sentem e suportam a fúria de sua ira. Na verdade, Deus está muito mais irado com muitos que estão agora na terra; sim, sem dúvida, com muitos que estão agora nesta congregação, que podem estar tranquilos, do que com muitos que estão nas chamas do inferno. Portanto, não é porque Deus ignore suas impiedades, e não se ressinta delas, que não afrouxa suas mãos e os elimina. Deus não é de forma alguma como eles, embora possam o imaginar assim. A sua ira arde contra eles, sua condenação não dorme; o abismo está preparado, o fogo está pronto, o forno já está quente, pronto para recebê-los; as chamas ora rugem e brilham. A espada reluzente está afiada, e suspensa sobre eles, o abismo abriu sua boca debaixo deles.
5. O diabo está pronto para cair sobre eles, e abatê-los como sua possessão, no momento em que Deus o permitir. Eles lhe pertencem; tem suas almas em sua posse, e sob seu domínio. A Escritura os representa como seus bens (Lc 11.12). Os demônios os espreitam, estão sempre a sua mão direita; permanecem aguardando por eles, como leões famintos que veem a presa, e esperam tê-la, mas, no momento, são contidos. Se Deus retirasse sua mão, pela qual são restringidos, num momento voariam sobre suas pobres almas. A velha serpente os espreita, o inferno escancara sua boca para recebê-los. Se Deus o permitisse, seriam rapidamente engolidos e estariam perdidos.
6. Reinam nas almas dos ímpios aqueles princípios infernais, que agora mesmo os inflamariam e incendiariam no fogo do inferno, se Deus não os restringisse. Há posto na própria natureza do homem carnal um fundamento para os tormentos do inferno. Há aqueles princípios corruptos, com poder reinante, e em plena posse deles, que são as sementes do fogo do inferno. Estes são princípios ativos e poderosos, extremamente violentos em sua natureza, e não fosse pela mão restringente de Deus sobre tais princípios, logo explodiriam, se inflamariam à semelhança do que as mesmas corrupções e a mesma inimizade fazem nos corações das almas condenadas, e gerariam os mesmos tormentos que geram naquelas. As almas dos ímpios são comparadas na Escritura ao mar agitado (Is 57:20). No momento, Deus restringe a impiedade deles pelo seu imenso poder, assim como faz às ondas raivosas do mar enfurecido, dizendo: (Jó 38:11): até aqui virás e não mais adiante.” Mas, se Deus retirasse esse poder restringente, logo ela carregaria tudo diante de si. O pecado é a ruína e a miséria da alma. É destrutivo em sua natureza, e, se Deus o deixasse sem restrição, nada mais seria necessário para tornar a alma perfeitamente miserável. A corrupção do coração humano é ilimitada e desmedida em sua fúria. Enquanto os ímpios vivem aqui, é como o fogo preso pelas restrições de Deus, de outro modo, se fosse deixada livre, poria em chamas o curso da natureza. E, assim como o coração agora é um poço de pecado, se este não fosse restringido, imediatamente tornaria a alma em um forno ardente, em uma fornalha de fogo e enxofre.
7. Não representa segurança para os ímpios, nem sequer por um instante, que não haja meios visíveis de morte às vistas. Não representa segurança para um homem natural que esteja agora com saúde, e que não veja por que modo poderia partir de imediato do mundo por um acidente, e que não haja nenhum perigo visível em suas circunstâncias. A manifesta e contínua experiência do mundo, em todas as eras, mostra que isso tudo não é evidência de que um homem não esteja agora mesmo às margens da eternidade, e que seu próximo passo não será no outro mundo. Os meios invisíveis e impensáveis das pessoas repentinamente saírem do mundo são inumeráveis e inconcebíveis. Os não convertidos andam sobre o abismo do inferno em uma superfície podre, e há inúmeros lugares nela que são frágeis e não suportarão seus pesos, e estes lugares não são percebidos. As flechas da morte voam invisíveis ao meio dia; a vista mais acurada não as vê. Deus tem tão diferentes e insondáveis meios de tirar os ímpios do mundo e mandá-los ao inferno, que não há nada que faça crer que necessite de um milagre, ou que precise sair do curso ordinário de sua providência, para destruir um ímpio no momento em que desejar. Todos os meios de arrancar os ímpios do mundo estão de tal modo nas Suas mãos, e tão completa e absolutamente sujeitos a seu poder e determinação, que se ele nunca fizesse uso de meios, e estes estivessem excluídos desta consideração, isto de modo algum faria com que a ida repentina dos ímpios ao inferno dependesse menos da mera vontade de Deus.
8. A prudência dos homens naturais e seu cuidado para preservar a própria vida, ou o cuidado de outros para preservá-las, não os assegura nem por um instante. A isto também a providência divina e a experiência universal prestam abundante testemunho. Há clara evidência de que a própria sabedoria dos homens não os livra da morte; pois se assim o fosse veríamos alguma diferença entre os sábios e prudentes do mundo, e os demais, com relação à susceptibilidade para uma morte repentina e inesperada. Mas, como é de fato? Morre o sábio, e da mesma sorte, o estulto! (Ec 2:16)
9. Todos os esforços e esquemas que os ímpios usam para escapar do inferno, ao mesmo tempo em que insistem em rejeitar a Cristo, e permanecem, portanto, na impiedade, não os assegura um só instante do inferno. Quase todo homem natural que ouve acerca do inferno, se gaba[i] de que escapará dele. Ele depende de si próprio para a sua segurança e se exalta naquilo que faz, no que está fazendo, ou no que pretende fazer. Cada um esquematiza as coisas em sua mente sobre como evitará a condenação, e se exalta de que planejou muito bem para si mesmo, e que seu esquema não falhará. Ouvem, na verdade, que poucos são salvos, e que a maior parte dos que já morreram foram para o inferno. Contudo, cada um imagina que ajustou as coisas melhor para o seu escape do que os outros. Ele não pretende vir a esse lugar de tormento e diz consigo mesmo que pretende ter um cuidado efetivo e ordenar as coisas de modo que não haja falha.
Mas os tolos filhos dos homens iludem-se miseravelmente em seus próprios esquemas e na confiança em sua própria força e sabedoria. Eles não confiam senão numa sombra. A maior parte dos que viveram até aqui, sob os mesmos meios de graça, e agora estão mortos, sem dúvida foram para o inferno. E isto não aconteceu porque não fossem tão sábios quanto os que estão vivos; não foi porque não tenham ordenado bem as coisas para assegurar seu escape. Se pudéssemos falar com eles, e questioná-los um por um quanto a se esperavam, quando vivos, e quando ouviam sobre o inferno, ser eles próprios objetos dessa miséria, sem dúvidas ouviríamos todos replicarem: “Não, jamais pretendi chegar aqui. Eu tinha ajeitado as coisas de outra forma em minha mente. Pensei que tinha planejado bem, que meu esquema era bom. Desejava tomar cuidado de verdade; mas tudo aconteceu inesperadamente. Não esperava por aquilo então, nem daquele modo. Veio como ladrão. A morte me surpreendeu; a ira de Deus foi rápida demais para mim. Ó, minha maldita tolice! Estava me gabando, e me agradando com vãos sonhos sobre o que faria no futuro; e quando dizia: Paz e segurança, veio sobre mim repentina destruição.”
10. Deus não se impôs nenhuma obrigação, por nenhuma promessa, de manter os não convertidos fora do inferno sequer por um momento. Ele certamente não fez promessas, seja de vida eterna, ou libertação e preservação da morte eterna, a não ser as que estão contidas no pacto da graça, as promessas que são dadas em Cristo, em quem todas as promessas são o sim e o amém. Mas certamente aqueles que não são filhos do pacto, não têm interesse nas promessas do pacto da graça; estes que não creem nelas, e nem têm interesse no Mediador do pacto.
De modo que, ainda que alguns tenham imaginado e pretendido muitas coisas sobre as promessas feitas aos homens naturais que sinceramente buscam e batem [à porta], está claro e manifesto que, por maiores esforços que o homem natural tome na religião, sejam quais forem suas preces, até que creiam em Cristo, Deus não tem obrigação alguma de salvá-los da destruição eterna.
Portanto, o fato é que os não convertidos estão seguros pela mão de Deus sobre o abismo do inferno. Eles merecem o lago de fogo, e já estão sentenciados a ele. Deus está terrivelmente provocado, sua ira contra eles é tão grande quanto para com os que já estão sofrendo agora a execução da fúria de sua ira no inferno, e eles nada fazem nem ao menos para dirimir ou aplacar essa ira. Nem Deus está minimamente preso por qualquer promessa de sustentá-los sequer por um instante. O diabo espera por eles, o inferno escancara sua boca por eles, as chamas se ajuntam e queimam ardentemente à sua espera, para engoli-los. O fogo latente em seus corações está lutando para explodir, e eles continuam sem interesse em qualquer Mediador. Não há, portanto, meio algum às vistas para livrá-los. Em suma, eles não têm refúgio, nada em que possam se segurar. Tudo o que os preserva a cada momento é a mera vontade livre e a clemência desobrigada e desimpedida de um Deus indignado.

Aplicação

Este assunto terrível pode ser útil para despertar as pessoas não convertidas desta congregação. Isso que vocês ouviram é a situação de todos que estiverem fora de Cristo. Esse mundo de miséria, esse lago de enxofre incandescente, está estendido amplamente debaixo de vocês. Há o terrível abismo das brilhantes chamas da ira de Deus. A boca do inferno encontra-se escancaradamente aberta, e vocês não têm nada para se apoiar, nem coisa alguma em que possam se segurar. Não há nada entre vocês e o inferno senão o ar, e é apenas o poder e a mera boa vontade de Deus que os sustenta.
É provável que não estejam cientes destas coisas, pois descobrem que estão fora do inferno, mas não veem a mão de Deus nisso. Olham para as outras coisas, como o bom estado dos seus corpos físicos, o cuidado com suas vidas, e os meios que usam para a própria preservação. Mas essas coisas, na verdade, nada são, pois se Deus retirasse sua mão, elas teriam tanto valor para impedir as suas quedas quanto tem o ar rarefeito para sustentar uma pessoa que está suspensa nele.
Suas iniquidades os tornam tão pesados quanto o chumbo, e os empurram para baixo com grande peso e pressão em direção ao inferno. Se Deus permitisse, imediatamente afundariam e rapidamente desceriam e mergulhariam no mar sem fundo. A boa saúde e o cuidado e prudência que mantêm, e os melhores esquemas, e toda a justiça teriam tanta influência para preservá-los e mantê-los fora do inferno, quanto uma teia de aranha é capaz de deter uma avalanche de pedras. Não fosse pela boa vontade soberana de Deus, a terra não os suportaria por um só momento, pois são um fardo para ela. A criação geme por sua causa. Ela está sujeita ao cativeiro da corrupção involuntariamente. Não é de boa vontade que o sol brilha sobre suas cabeças, para que tenham luz para servir ao pecado e a Satanás. A terra não dá voluntariamente seus frutos para satisfazer suas luxúrias, nem é de boa vontade que serve de palco para que cometam iniquidades. Não é de bom grado que o ar serve para manter a chama da vida em suas narinas, enquanto vocês gastam suas vidas no serviço dos inimigos de Deus. A criação de Deus é boa, e foi feita para que o homem servisse a Ele por meio dela, e não é de bom grado que serve a outros propósitos, e geme quando é abusada com propósitos tão diretamente contrários à sua natureza e fim. O mundo os cuspiria, não fosse a mão soberana daquele que o sujeitou na esperança [da redenção].
Eis as nuvens negras da ira de Deus pairando agora sobre suas cabeças, carregadas de terrível tempestade, e cheias de trovões, e não fosse a mão restringente de Deus, elas imediatamente arrebentariam sobre vocês. A graça soberana de Deus, no momento, refreia esse vento impetuoso, pois, de outro modo, ele viria com fúria, e sua destruição viria como um redemoinho, e vocês seriam como a palha que o vento dispersa.
A ira de Deus é como grandes águas que estão represadas agora. Ela aumenta mais e mais, e fica mais e mais elevada, até que chega ao limite; e quanto mais é impedida, mais rápido e poderoso é seu curso quando é liberada. É verdade que o julgamento contra suas más obras não foi executado ainda; o ímpeto da vingança de Deus tem sido segurado. Mas, enquanto isso, as suas culpas constantemente aumentam, e a cada dia vocês entesouram mais ira. As águas estão constantemente crescendo, e aumentam diariamente com mais força, e não há nada, senão a mera boa vontade de Deus, capaz de deter o que não quer ser detido e se esforça para continuar. Se Deus apenas retirasse sua mão das comportas do dilúvio, elas imediatamente se abririam, e as ígneas ondas da fúria e ira de Deus, se derramariam com fúria inconcebível, e viriam sobre vocês com poder onipotente. E se suas forças fossem dez mil vezes maiores, sim, ainda que fossem dez mil vezes mais fortes que o mais resistente e tenaz demônio no inferno, isto nada representaria e nem poderiam suportá-las.
O arco da ira de Deus está curvado, e a flecha ajustada no cordel. A justiça mira a flecha nos seus corações, e estica o arco, e nada, a não ser a mera boa vontade de Deus, de um Deus irado, sem qualquer promessa ou obrigação alguma, é que impede a flecha de a qualquer instante beber o sangue de vocês.
Assim, todos vocês que jamais passaram por uma grande mudança de coração, pelo poderoso poder do Espírito de Deus sobre suas almas; todos os que nunca nasceram de novo, nem foram feitos novas criaturas, e nunca foram ressuscitados da morte no pecado para um novo estado, nem antes experimentaram uma nova luz e vida, estão nas mãos de um Deus irado. Ainda que tenham reformado suas vidas em muitos aspectos, e experimentado afeições religiosas, e possivelmente mantido uma forma de religião entre suas famílias e parentes, e na casa de Deus, não é nada senão sua mera boa vontade que impede que sejam agora mesmo consumidos na destruição eterna.
Ainda que estejam pouco convencidos agora da verdade que ouvem, a seu tempo serão plenamente convencidos dela. Vejam que ocorreu o mesmo com aqueles que partiram nas mesmas condições que vocês estão agora; pois a destruição veio repentinamente sobre a maior parte deles, quando não a esperavam e enquanto diziam: “Paz e segurança”. Agora veem que aquelas coisas de que dependiam para sua paz e segurança nada mais eram do que ar rarefeito e sombras vazias.
O Deus que os sustenta sobre o abismo do inferno, à semelhança de alguém que segura uma aranha, ou qualquer inseto asqueroso sobre o fogo, os aborrece, e está terrivelmente provocado. Sua ira contra vocês arde como fogo; ele os vê como dignos de nada mais, senão de serem lançados no fogo. Ele é tão puro de olhos que não pode encará-los de frente; vocês são aos seus olhos mais abomináveis que a serpente mais odiosa é aos nossos. Vocês o ofenderam infinitamente mais que um rebelde obstinado ofende a seu príncipe; contudo, não é nada, senão a sua mão, que os impede de cair no fogo a qualquer momento. Não pode ser atribuído a nada mais o fato de vocês não terem ido ao inferno na noite passada; que tenham sido permitidos acordar novamente neste mundo, depois que fecharam os olhos para dormir. E não há outra razão para explicar o porquê de não terem caído no inferno desde o momento que acordaram esta manhã, senão que a mão de Deus os tenha sustentado. Não há outra razão a ser dada para explicar o porquê de não terem ido ao inferno, desde o momento em que sentaram aqui, na casa de Deus, provocando seus olhos puros com o modo ímpio e pecaminoso de atenderem ao culto solene. Sim, nada mais pode ser dado como razão do porque vocês não são agora mesmo lançados no inferno.
Ó pecador! Considere o temível perigo em que você se encontra: é sobre uma grande fornalha de ira, um abismo largo e sem fundo, cheio do fogo da ira, que você está seguro pela mão de Deus, cuja ira está tão provocada e acendida contra você quanto está contra os condenados do inferno. Você está suspenso por uma linha fina, com as chamas da ira divina lampejando em volta, e prontas a todo momento para queimá-lo, e consumi-lo por completo; e você ainda não tem qualquer interesse em um Mediador, e nada para se agarrar que possa salvá-lo, nada que retire de você as chamas de ira, nada de si mesmo, nada que tenha feito, nem que possa fazer para induzir Deus a poupá-lo um só instante. E considere aqui mais particularmente:
1. De quem é essa ira: é a ira do Deus infinito. Se fosse apenas ira de homem, ainda que do mais poderoso governante, seria comparativamente pequena para ser temida. A ira dos reis é muito mais temida, especialmente dos monarcas absolutistas, que têm as posses e vidas de seus súditos completamente em seus domínios, a serem dispostas conforme desejarem: “Como o bramido do leão, é o terror do rei; o que lhe provoca a ira peca contra a sua própria vida.” (Pv 20:2) O súdito que levar à ira um príncipe arbitrário, está sujeito a sofrer os mais extremos tormentos que a arte humana possa inventar, ou o poder humano seja capaz de infligir. Mas o maior dos poderes terrenos, em toda sua majestade e poder, e quando vestidos com os maiores terrores, não são senão frágeis e desprezíveis vermes do pó, em comparação com o grande e poderoso Criador e Rei do céu e da terra. O que eles fazem na sua ira e quando estão revestidos pelo seu furor é pouco. Todos os reis da terra, diante de Deus, são como gafanhotos; são nada e menos do que nada: tanto o seu ódio quanto o seu amor são desprezíveis. A ira do grande Rei dos reis é tão superior à deles quanto é sua majestade: “Digo-vos, pois, amigos meus: não temais os que matam o corpo e, depois disso, nada mais podem fazer.  5 Eu, porém, vos mostrarei a quem deveis temer: temei aquele que, depois de matar, tem poder para lançar no inferno. Sim, digo-vos, a esse deveis temer. (Lc 12:4-5)
2. É à ferocidade de sua ira que você está exposto. Lemos com frequência acerca da ira de Deus que: “Segundo as obras deles, assim retribuirá; furor aos seus adversários.” (Is 59:18) Assim: Porque eis que o SENHOR virá em fogo, e os seus carros, como um torvelinho, para tornar a sua ira em furor e a sua repreensão, em chamas de fogo.” (Is 66:15) Também em muitos outros lugares. Assim, lemos do: “lagar do vinho do furor da ira do Deus Todo-Poderoso.” (Ap 19:15) As palavras são deveras terríveis. Se houvesse sido apenas dito: “a ira de Deus,” as palavras já implicariam algo que é infinitamente terrível. Mas é “a fúria e ira de Deus.” A fúria de Deus! A cólera de Jeová! Oh, como deve ser terrível! Quem pode proferir ou conceber o que tais expressões trazem em si? Mas também se diz com frequência: “a fúria e ira do Deus Todo-Poderoso!” Como se fosse haver uma enorme manifestação de seu grande poder nos objetos de sua ira, como se a onipotência pudesse, por assim dizer, encolerizar-se, e ser exercida do mesmo modo que os homens costumam mostrar suas forças quando estão no máximo de sua ira. Oh! Então, qual será a consequência? O que será do pobre verme que a sofrerá? Que mãos serão fortes? E que corações suportarão? A que terrível, inexprimível e inconcebível profundidade de miséria as pobres criaturas objetos dela serão afundadas!
Considerem isso, vocês, que aqui estão hoje e ainda permanecem em um estado não regenerado. Que Deus executará o rigor de sua ira implica que a executará sem piedade. Quando Ele contemplar o extremo inexprimível do seu caso, e ver os seus tormentos como sendo tão vastamente desproporcionais às suas forças, e ver como suas pobres almas estão esmagadas, e afundadas, por assim dizer, em um mar infinito; então, não terá compaixão de vocês, não irá impedir a execução de sua ira, nem ao menos afrouxará Suas mãos. Não haverá moderação nem misericórdia de Sua parte, nem irá Deus, então, impedir seu vento impetuoso. Não se preocupará com o bem-estar de vocês, nem de forma alguma será cuidadoso de que não sofram muito de alguma outra maneira. Nada será aliviado, porque seja duro demais para vocês suportarem: “Pelo que também eu os tratarei com furor; os meus olhos não pouparão, nem terei piedade. Ainda que me gritem aos ouvidos em alta voz, nem assim os ouvirei.” (Ez 8:18) Agora, Deus está pronto a ter compaixão de vocês. Este é um dia de misericórdia, ainda podem clamar agora com algum encorajamento de que obterão misericórdia. Mas, uma vez que o dia da misericórdia tenha passado, seus mais lamentosos e dolorosos clamores e gritos serão em vão, pois estarão completamente perdidos e afastados de Deus, quanto a qualquer preocupação com o bem estar de vocês. Deus não lhes terá outro uso, a não ser fazer com que sofram a miséria. Continuarão a existir sem nenhum outro propósito; pois serão um vaso de ira preparado para a destruição; e não haverá outro uso para esse vaso, senão ser cheio de ira. Deus estará tão longe de apiedar-se de vocês quando clamarem a Ele, que apenas “rirá e zombará.” (Pv 1:25, 26)
Como são terríveis estas palavras, que são palavras do grande Deus: Pisei as uvas na minha ira; no meu furor, as esmaguei, e o seu sangue me salpicou as vestes e me manchou o traje todo.” (Is 63:3) Talvez seja impossível conceber palavras que tragam em si maiores manifestações destas três coisas, isto é, desprezo, ódio e ira de indignação. Se vocês clamarem a Deus por compaixão, Ele estará tão longe de se compadecer da sua dolorosa situação, ou mostrar-lhes a mínima preocupação ou favor que, ao contrário, apenas lhes esmagará com os pés. E embora saiba que não podem suportar o peso de sua onipotência esmagando vocês, contudo não se importará com isso, mas os esmagará sem piedade, até que sejam esmagados, e o sangue será salpicado sobre suas vestes a ponto de manchá-las por completo. Ele não apenas os odiará, mas os terá no maior desprezo: não será pensado em lugar algum apto para vocês, senão debaixo de seus pés, para serem pisados como a lama das ruas.
3. A miséria a que vocês estão expostos é a que Deus infligirá com o propósito de mostrar qual é a ira de Jeová. Deus dispôs em seu próprio coração mostrar a anjos e homens tanto a excelência de seu amor quanto a horror de sua ira. Às vezes, os reis terrenos se inclinam a mostrar como é terrível a ira deles, por meio de extremos castigos que executam naqueles que os provocam. Nabucodosor, aquele poderoso e soberbo monarca do império caldeu, se dispôs a mostrar sua ira quando se enfureceu contra Sadraque, Mesaque e Abede-Nego; e deu ordens para que a fornalha de fogo ardente fosse aquecida sete vezes mais do que antes. Sem dúvidas, as chamas foram levadas ao máximo da fúria que a arte humana poderia induzi-las. Mas o grande Deus também está disposto a mostrar sua ira, e magnificar sua terrível majestade e grande poder nos sofrimentos extremos de seus inimigos: “Que diremos, pois, se Deus, querendo mostrar a sua ira e dar a conhecer o seu poder, suportou com muita longanimidade os vasos de ira, preparados para a perdição. (Rm 9:22)
E, visto que este é seu desígnio, o que já determinou, isto é, mostrar como é terrível sua ira não restringida, a fúria e a cólera de Jeová, ele o fará e levará a cabo. Haverá algo a ser realizado e feito que será terrível para quem o testemunhar. Quando o grande e irado Deus houver se levantado e executado sua terrível vingança contra os pobres pecadores, e os miseráveis estiverem de fato sofrendo o peso e poder infinitos de sua indignação, então ele chamará o universo inteiro para contemplar essa terrível majestade e grande poder que deve ser visto então: “Batei no peito por causa dos campos aprazíveis e por causa das vinhas frutíferas.  Sobre a terra do meu povo virão espinheiros e abrolhos, como também sobre todas as casas onde há alegria, na cidade que exulta. O palácio será abandonado, a cidade populosa ficará deserta; Ofel e a torre da guarda servirão de cavernas para sempre, folga para os jumentos selvagens e pastos para os rebanhos.” etc. (Is 32:12-14)
Assim ocorrerá a vocês, que estão nesse estado de não convertidos, se nele persistirem; o poder infinito, a majestade e terror do Deus onipotente será magnificado sobre vocês, na força inefável de seus tormentos. Serão atormentados na presença dos santos anjos, e na presença do Cordeiro; e quando estiverem nesse estado de sofrimento, os gloriosos habitantes do céu se adiantarão e contemplarão o terrível espetáculo, para que vejam em que consiste a ira e fúria do Todo-Poderoso; e quando tiverem visto, se prostrarão e adorarão essa grande majestade e  poder: E será que, de uma Festa da Lua Nova à outra e de um sábado a outro, virá toda a carne a adorar perante mim, diz o SENHOR. Eles sairão e verão os cadáveres dos homens que prevaricaram contra mim; porque o seu verme nunca morrerá, nem o seu fogo se apagará; e eles serão um horror para toda a carne. (Is 66:23)
4. É uma ira eterna. Será terrível sofrer esta ira e fúria do Deus todo-poderoso por um momento, mas vocês devem sofrê-la eternamente. Não haverá fim para esta miséria horrível e extrema. Quando olharem adiante, verão uma longa eternidade, uma jornada infindável adiante de vocês, que engolirá seus pensamentos e confundirá suas almas; e se desesperarão de qualquer espécie de libertação, fim, ou de qualquer mitigação ou alívio. Saberão que deverão suportar longas eras, milhões de milhões de eras, em luta e conflito com esta poderosa vingança impiedosa; e então, quando isso acontecer, quando muitas eras realmente passarem desse modo, saberão que isso tudo não representa senão um ponto em relação ao que resta. De modo que o castigo de vocês será de fato infinito. Ó, quem pode expressar qual será o estado de uma alma em tais circunstâncias! Tudo o que podemos dizer a esse respeito não dá senão uma vislumbre fraco e imperfeito daquilo que é inexprimível e inconcebível: pois “quem conhece o poder da ira de Deus?
Como é terrível o estado dos que estão diariamente e a toda hora em perigo desta grande ira e infinita miséria! Mas este é o desastroso caso de cada alma nesta congregação que ainda não nasceu de novo, ainda que seja moral e rigorosa, sóbria e religiosa. Ó, considere isso, quer seja jovem ou velho! Há razão para pensar que há muitos agora, nesta congregação, ouvindo este discurso, que serão objetos desta mesma miséria por toda a eternidade. Não sabemos quem são, ou os bancos onde estão assentados, ou que pensamentos agora têm. Pode ser que estejam agora relaxados, e ouçam tudo isso sem muita preocupação, e se gabem que não sejam essas pessoas, prometendo a si mesmos que escaparão. Se soubéssemos que há uma pessoa, apenas uma, em toda a congregação, que deve ser objeto dessa miséria, como seria terrível pensar nisso! Se soubéssemos quem era, que visão terrível seria para tal pessoa! Como seria poderoso o clamor lamentável e amargo que o resto da congregação lançaria por ela! Mas, em vez de um, não é provável que muitos se lembrem deste discurso no inferno? E seria por demais maravilhoso se alguns dos que aqui se encontram agora devam estar no inferno em pouco tempo, talvez antes que o ano se acabe? E não seria incrível se algumas pessoas, que agora estão assentadas em alguns dos bancos desta igreja, saudáveis, tranquilas e seguras, estejam lá amanhã de manhã. Aqueles de vocês que persistirem até o fim em um estado natural, que se mantiveram por muito tempo fora do inferno, lá estarão em pouco tempo! A sua condenação não dorme; virá rapidamente, e provavelmente, muito repentinamente, sobre muitos de vocês. Há razão para se maravilharem que não estejam agora mesmo no inferno. Esse certamente é o caso de alguns a quem conheceram e viram, que nunca mereceram o inferno mais do que vocês, e que até aqui pareciam ter tanta chance de estar vivos como vocês. A esperança deles se foi; estão chorando em extrema miséria e perfeito desespero. Mas aqui estão vocês, na terra dos vivos e na casa de Deus, e com oportunidade de obter a salvação. O que não dariam essas pobres e desesperadas almas condenadas por uma oportunidade de um dia como agora vocês têm?
E agora têm uma oportunidade extraordinária, um dia em que Cristo abriu largamente a porta da misericórdia, e de pé chama e clama em alta voz aos pobres pecadores. Um dia em que muitos se reúnem a ele, e se esforçam pelo reino de Deus. Muitos vêm diariamente do oriente, ocidente, norte e sul; muitos que outrora estiveram nas mesmas condições miseráveis em que vocês se encontram, agora estão em um feliz estado, com seus corações cheios de amor por aquele que os amou, e os lavou dos seus pecados em seu próprio sangue, e regozijam-se na esperança da glória de Deus. Como é terrível ser deixado para trás em tal dia! Ver tantos festejando, enquanto vocês sofrem e perecem! Ver tantos se regozijando e cantando alegres cantos de coração, enquanto vocês tem razão para prantear pela tristeza do coração, e ulular pela tristeza de espírito! Como podem descansar um só momento em tal condição? As suas almas não são tão preciosas quanto às dos cidadãos de Suffield, que estão dia após dia se reunindo a Cristo?
Não há muitos aqui que viveram por muito tempo no mundo, e até hoje não nasceram de novo? E estão por esse motivo alienados da comunidade de Israel, e nada fizeram enquanto viveram senão entesourar ira para o dia da ira? Ó, senhores, a situação de vocês é, de modo especial, extremamente perigosa. A sua culpa e dureza de coração é grande em extremo. Não veem vocês como a maior parte dos de sua idade já faleceram e partiram, na atual dispensação notável e maravilhosa da misericórdia de Deus? Vocês precisam considerar o seu caso, e despertar completamente do sono. Vocês não podem suportar a fúria e ira do Deus infinito.
E vocês, rapazes e moças, negligenciarão este precioso tempo que agora desfrutam, quando tantos de sua idade estão renunciando às vaidades juvenis e ajuntando-se a Cristo? Vocês, em especial, agora têm uma oportunidade extraordinária; mas se a negligenciarem, logo acontecerá com vocês o mesmo que com aquelas pessoas que gastaram os preciosos dias de sua juventude no pecado, e agora vieram a dar um terrível passo na cegueira e endurecimento.
E vocês, crianças, que ainda não são convertidas, não sabem que estão indo para o inferno, suportar a terrível ira desse Deus, que agora está irado com vocês noite e dia? Vocês se contentarão em serem filhas do diabo, quando tantas outras crianças na nossa terra estão sendo convertidas, e tornando-se as santas e felizes crianças do Rei dos reis?
E que todos os que ainda se encontram fora de Cristo, pendurados sobre o abismo do inferno, quer sejam velhos e velhas, de meia idade, ou jovens, ou crianças, agora ouçam os altos chamados da palavra e da providência de Deus. Este ano aceitável do Senhor, um dia de tão grande favor para alguns, sem dúvidas será dia de vingança igualmente notável para outros. O coração dos homens endurece e suas culpas aumentam rapidamente em dias como estes, se negligenciarem suas almas; e jamais houve época de tão grande perigo de tais pessoas serem entregues à dureza de coração e cegueira de mente. Deus parece agora estar ajuntando rapidamente seus eleitos em todas as partes da nação; e é provável que a maior parte dos adultos que alguma vez serão salvos, sejam atraídos em pouco tempo, e que será como foi no grande derramamento do Espírito sobre os judeus nos dias dos apóstolos. Os eleitos serão salvos e os demais  serão cegos. Se isso ocorrer a vocês, amaldiçoarão eternamente este dia, e o dia em que nasceram, por terem visto o tempo de derramamento do Espírito de Deus, e desejarão ter morrido e ido ao inferno sem tê-lo visto. Agora, sem dúvidas, ocorre o mesmo que nos dias de João Batista; o machado se encontra de modo extraordinário posto na raiz das árvores, e toda árvore que não produz bons frutos, será cortada e lançada no fogo.
Portanto, que todos os que estão fora de Cristo, agora acordem e fujam da ira do porvir. A ira do Deus Todo-Poderoso agora, sem dúvidas, está suspensa sobre grande parte desta congregação. Que todos fujam de Sodoma: “apressem-se e fujam por suas vidas, não olhem para trás, escapem para a montanha, para que não sejam consumidos.



[i] No original, flatters himself. O sentido, Segundo o Oxford English Dictionary é: inspirar-se com esperança, geralmente sem bases seguras. (N. T.)

4 comentários:

  1. Como eu quero ter esta autoridade que estava sobre este homem, fazendo assim com que meus irmãos estivessem livres do inferno.

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    1. Orando sem cessar.
      Jonathan Edwards três dias antes do sermão não comia e nem dormia.
      Temos que ter intimidade com o Espírito Santo.

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  2. Mensagens iguais a essa tem que ser pregada nos púlpitos ,uma mensagem que atinja a necessidade de arrependimento do pecador.

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  3. muito bom estudo ira de Deus e a realidade

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